Ressacazinha básica. Saída das boas ontem com Amaro, Kaká, Aline e Eduardo. Cumbuca Cultural no Noé Mendes. Fomos felizes. Eu tava com a corda toda. Amaro, mais moleque do que nunca. Tomamos muito “Sol” na moleira. (Ow, cervejinha ruim da moléstia!). E terminamos a noite no Café Café.
Hoje, lendo Afonso Romano de Sant’Anna, rememorei uma cena recente:
“E, no clima amigável, da conversação solta, a memória vai se aquecendo, os fatos vão ressurgindo, e, de repente, abole-se o tempo, confunde-se o ontem e o hoje. É tudo celebração. Celebração da vida vivida como um filme entrecortado...”
Encontrar pessoas é como reencontrar-se consigo. (Putz! Adorei essa minha frase...) É isso mesmo. A gente vai buscando no outro as nossas semelhanças ou aquilo que nos falta ou nos completa. Tenho tido a graça de reencontrar pessoas que me são muito caras. Deus dá a providência. É incrível isso. No seu tempo, no seu lugar...
E, de novo, Romano de Sant’Anna, falando de encontros:
“Entre pessoas maduras, é diferente. Desbrava-se o conhecido. O conhecimento é re-conhecimento. Não é o espaço, o tempo é que importa. Estar juntos é como estar ao redor de uma fogueira recontando a própria vida... E já que os presentes viveram experiências semelhantes, um é a memória do outro, o espelho do outro. É um exercício de reunir fragmentos de vida, reachar em nós a imagem de ontem e reter um pouco o presente que se esvai. Tem, de certo modo, o sentido de carpe diem. Um carpe diem meio retroativo, olhando o retrovisor. Estamos curtindo o presente densamente, como quem toma um velho e bom vinho”.
Como diz o Danilinho do Karranka, “deixe que o acaso faça seu papel de juntar ao mar as gotas do orvalho”. É melhor que seja assim mesmo. Ao acaso. Dando uma forcinha aqui e ali, claro. Mas deixando a vida acontecer. Não se pode deixar de admitir que querer reencontrar é natural, é humano. Aí, a gente volta para o começo. E volta com o poeta:
“A gente precisa se ver mais significa também que nosso tempo está se esgotando, e reencontrar-se é, por um instante, conseguir suspender o tempo, povoar, alargar mais a própria vida...”
Vou indo, viu, gente? Tô faladeira demais. Viajando demais. Vou parando por aqui. Ouvindo a doce voz da Danni Carlo cantando na novela das oito:
“Eu quero ficar perto de tudo o que eu acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência, meu pacto com a ciência
Meu conhecimento é minha distração
Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio-relógio mostra o tempo errado... aperte o Play”
(Dudu Falcão)
P.S.: O TÍTULO DO POST É O NOME DA BELA CRÔNICA DE AFONSO ROMANO DE SANT'ANNA
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