“Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais.
Hoje, me sinto mais forte, mais feliz.
Quem sabe?
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei
E nada sei...”
(Almir Sater)
Indagorinha, voltando aqui pro MPT, depois de pegar meu filho na escola e deixar na casa da avó, vim devagando sobre a vida... Lembrei que ontem, atrasada pra pegá-lo na escola, meti a mão na buzina, pra apressar um motorista que brincava na direção de um lado pro outro da pista. Aí, lá mais na frente, ele parou, pediu desculpas e disse: “a senhora devia ter um pouco mais de paciência”. E eu: “e você deveria procurar andar em apenas uma faixa!”. Quem estava certo dos dois? Os dois. Eu estava nervosa. E ele estava conduzindo de forma errada num trânsito já caótico, como está o de Teresina.
Voltando ao fio da meada... por que eu me lembrei do ocorrido ontem? Porque eu ando bem mais devagar do que andava antes. Não só no trânsito, como na vida. Antes, andava a 80 por hora nas ruas e avenidas da cidade. Hoje, me pego a 60km/h e olhe lá! Quanta diferença da minha adolescência! Na vida, meus passos já não são mais tão apressados, agoniados, como os passos do coelhinho da Alice. Eu até me achava um pouco ele antes... Sempre com muita pressa! Sempre atrasado. Sempre com a sensação de que estava perdendo algo...
Então, dirigindo devagarinho, já quase chegando aqui no trabalho, comecei a entoar essa música que minha mãe cantava muito pra gente. E cantava como se sentisse. E sentia. E já sabia o que “era andar devagar, sem pressa”. Me emocionei como se a tivesse ouvindo pela primeira vez. Porque ela fez um sentido tão novo pra mim... Agora, é que essa letra veio fazer sentido pra mim, Corrinha. Só agora. Hoje, eu sei. Ou, nada sei...
Fui instigada a voltar aqui. Muito embora eu já estivesse voltando aos poucos. Na medida em que estive visitando os primórdios desse blog. Onde tudo começou. O blog antigo, onde eu despejava toda e qualquer bobageira que acontecia comigo. Nossa, como eu era uma menina boba aos 33 anos de idade! Hoje, beirando os 40, sinto-me pronta para voltar a escrever. Confesso que estou mais segura também.
Dia desses, num bate-papo via gtalk com meu amigo Cineas Santos, ele me disse com todas as letras: “vá escrevendo essas coisas aí, quem sabe você não aproveita uma delas no futuro?!” Bem, se o poeta falou, tá falado! E o que ele fala pra mim é lei! Claro que o pedido mais que especial da Liciane bateu forte em mim. Eu também estava sentindo falta, Nenén!
Certamente, virei menos do que vinha há tempos atrás. Estou mais no Facebook ultimamente. Mas, prometo dar o ar da graça por aqui. Até por estar com saudade de desaguar de mim de vez em quando. Nada daquelas lamentações vazias e sem graça. Quero falar de vida, de verdade, de vontade!
Meu beijo e meu carinho.
"Cuide, cultive, queira o bem... o resto vem!" Caio Fernando Abreu